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domingo, 17 de junho de 2012


Plataforma criada por ex-aluno do ITA libera 700 vídeos de matemática

Voltadas para alunos dos ensinos fundamental e médio, aulas são divididas por temas

18 de maio de 2012 | 15h 27
Portal Porvir
Primeiro, Salman Khan revolucionou o ensino com suas aulas no Youtube. Depois, o MIT se uniu ao seu ex-aluno ilustre para também produzir vídeos educativos curtos voltados para melhorar a educação básica dos EUA. Agora, é a vez Brasil aderir ao movimento de olho na melhoria do ensino. A startup QMágico lança nesta sexta-feira, 18, na Feira Educar Educador, sua plataforma com 700 vídeos de matemática gratuitos, que têm entre 7 e 12 minutos de duração, endereçados a alunos dos ensinos fundamental e médio.
O site http://www.qmagico.com.br/ foi idealizado pelo cearense Thiago Feijão, 22, aluno de engenharia mecânica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A ideia nasceu, conta o jovem, quando ele dava aulas para população de baixa renda em três ONGs, duas delas criadas por ele mesmo, em São José dos Campos. "Quando eu entrei no ITA, em 2008, eu decidi trabalhar com educação para fazer com que outras pessoas pudessem ter a oportunidade que eu tive", diz Feijão, que ficava incomodado por não conseguir atender nem de longe a todos os estudantes que queriam assistir às aulas que as organizações ofereciam.
"Eu me perguntava: como eu faço uma coisa que seja escalável e sustentável financeiramente? Como replicar o que a gente faz aqui [ONGs] para o Brasil inteiro? Aí surgiu o QMágico", diz. O click veio em um sábado, em março do ano passado, e já na quinta-feira seguinte, ele e alguns colegas disponibilizaram uma primeira versão, bem simples, para as ONGs. "Vimos que os professores gostavam e que os alunos gostavam, então resolvemos expandir."
De março para cá a plataforma foi sendo aperfeiçoada e, a partir de hoje, os vídeos de matemática ficarão disponíveis para os alunos. Pelo site, será possível assistir a vídeos escolhendo por série, do primeiro ano do ensino fundamental ao pré-vestibular, ou por tema - geometria, álgebra, funções e análises combinatórias, por exemplo. As imagens mostram sempre uma lousa ou um caderno sendo preenchido com conteúdo enquanto uma voz ao fundo dá explicações. Também estão disponíveis exercícios e testes sobre os temas oferecidos.
Os donos das vozes são, na maioria das vezes, estudantes das melhores universidades do país que receberam bolsa para ensinar determinado assunto a crianças e jovens ou professores das ONGs lideradas por Feijão. "Nós convidamos para fazer os vídeos e ensinamos o padrão. Temos um cronograma de desenvolvimento e já oferecemos toda a matemática de ensino básico bem estruturada, então o professor consegue encaixar os vídeos no currículo", afirma o estudante, que prepara a oferta de vídeos de língua portuguesa e física.
A sustentabilidade financeira do QMágico ocorre por meio da oferta de outros dois tipos de serviço, que são vendidos para escolas, redes de ensino e governos. O primeiro é uma plataforma de aprendizagem virtual, em que as instituições de ensino podem inserir seus conteúdos, propor atividades on-line, fazer avaliações de alunos, além de acompanhar o desenvolvimento dos alunos e professores de maneira individualizada.
O segundo serviço é um pacote de treinamento para professores e instituições com orientações para o uso das tecnologias em sala de aula - a adaptação ao blended learning, essa utilização casada de atividades virtuais e reais que tanto preocupa educadores mundo afora. Segundo Feijão, um dos métodos que o QMágico aplica nesses treinamentos é conhecido por rotation lab, quando a turma é dividida em três grupos, ficando os alunos do primeiro terço mexendo no computador, os do segundo fazendo exercícios e os do terceiro com o professor, que já viu o que os alunos fizeram no ambiente on-line e dá explicações específicas e tira dúvidas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011


“Múltiplos na Balança” e “Cobrindo o Tabuleiro”, softwares que trabalham a resolução de problemas e interdisciplinaridade podem ser usados por professores do Ensino Fundamental para trabalhar o conteúdo da matemática em sala de aula. Desenvolvidos por pesquisadores da área de Educação Matemática do Câmpus Guaratinguetá daUnesp (Universidade Estadual Paulista), com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), os jogos online são baseados em desafios com diferentes níveis de dificuldade.

“O objetivo era desenvolver materiais para o ensino e popularização da matemática. Os dois softwares podem ser vistos como manipulativos virtuais, garantindo um bom grau de interatividade com o usuário”, explica o professor José Ricardo Zeni, coordenador do projeto. “Procuramos uma interface intuitiva, atraente e fácil de usar, com vários recursos como imagens, animações e vídeos”, completa. 

 “Cobrindo o Tabuleiro” é um software baseado no problema do tabuleiro de xadrez, em como dispor as rainhas de modo que todas as casas sejam atacadas. A partir deste desafio são explorados conteúdos matemáticos, através dos módulos: “Coordenadas”, que introduz coordenadas para cada casa do tabuleiro, estabelecendo uma analogia deste com uma planilha eletrônica ou um mapa e “Simetria”, que explora as simetrias de reflexão do tabuleiro, através dos eixos de simetria que passam pelo seu centro.

Já o “Múltiplos na Balança” é baseado no problema de como equilibrar uma balança que possui, em um dos braços, um peso X, usando vários pesos A e B. “Este é um problema relacionado às equações Diofantinas, sendo um bom quebra cabeça para alguns valores dos pesos X, A e B”, explica o professor Zeni. 

Os dois jogos podem ser acessados gratuitamente pela web, sendo necessário apenas ter instalado, no computador, o plugin do Flash Player. O público alvo são crianças e jovens de 10 a 17 anos, em particular, alunos das séries finais do Ensino Fundamental. Mas os idealizadores acreditam que os desafios trabalhados podem despertar o interesse do público de qualquer idade. 

O projeto teve início em 2008 com a equipe formada pelo professor José Ricardo Zeni, a professora Ana Paula Chiaradia, responsável pelo conteúdo e o aluno de mestrado Vagner Beserra de Sousa, na programação dos softwares. O desenvolvimento contou com três etapas: elaboração do projeto de cada software, com escolha do tema/desafio, módulos adicionais e elaboração de textos; processo de implementação dos recursos computacionais, desenvolvidos em Flash e por último a realização de testes em larga escala, tanto com o público alvo - alunos da educação básica, quanto com alunos do curso de Licenciatura em Matemática.

Em 2009, o objeto de aprendizagem "Cobrindo o Tabuleiro" recebeu o prêmio de melhor software no 4º CONAHPA (Congresso Nacional de Ambientes Hipermídias para Aprendizagem) realizado em Florianópolis, na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O projeto da Unesp concorreu ao prêmio com outros 17 softwares.

O acesso aos jogos pode ser feito pelo endereço www.feg.unesp.br/difusao/Softwares.htm. Outras informações podem ser obtidas pelo email boletimdifusao@gmail.com.

Pamela Bianca Gouveia - NEaD

quarta-feira, 21 de setembro de 2011



Plano de Aula

"Donald no País da Matemágica": geometria e fantasia

donald matematica. Foto: Divulgação
Introdução
Donald no País da Matemágica é uma viagem em um mundo de fantasia onde as árvores têm raízes quadradas. Disney usa a animação para explicar o pentagrama que contém a regra de ouro e, baseado nele, explica a relação de proporção do retângulo de ouro, que representava para os gregos a lei da beleza matemática. "A obra é questionável ao associar a disciplina à mágica e apresentá-la como uma tarefa para intelectuais. Mas algumas cenas contribuem para explorar a relação das teorias matemáticas com a música, a arquitetura e a arte", afirma Priscila Monteiro, consultora pedagógica da Fundação Victor Civita (FVC).


Objetivo 
Resolver problemas utilizando as relações entre as figuras geométricas.


Conteúdo 
Modelização matemática: propriedades e proporção de figuras geométricas.


Trecho selecionado
O que mostra a proporção áurea (7m23s a 10m46s).


Atividade
Passe o trecho do filme para os alunos e em seguida promova uma conversa sobre o que assistiram. Organize a turma em duplas e distribua um tangram para cada uma. Proponha que elas construam três figuras diferentes utilizando as peças do jogo e desenhe os contornos. Exponha os contornos desenhados e promova uma discussão sobre as peças usadas pela garotada para compor cada figura.


Avaliação
Confeccione um cartaz com os paralelogramos abaixo e peça que os alunos os construam com peças do tangram. Analise se as crianças usaram os conhecimentos adquiridos para compor as figuras.
Consultora Priscila Monteiro
consultora pedagógica da Fundação Victor Civita (FVC)
Medo transmitido por adultos agrava taxas de aprendizagem da matemática.

"Você é mais matemática do que pensa que sabe.” A frase de incentivo não é para nenhum aluno de colégio, mas para o pai e a mãe do estudante. Parte da introdução de “Matemática para pais e professores das séries iniciais”, de Osmar Nina Garcia Neto e João Batista Araujo e Oliveira, a frase também deu o tom de um seminário ocorrido este mês no Rio, para discutir justamente o ensino de matemática pelos estudantes do nível fundamental. Muito do problema com a matemática, disciplina que tem alguns dos piores índices de aprendizagem — não alcança 20% o percentual de alunos no país que chegam ao fim do fundamental sabendo o adequado para a sua série em matemática, segundo dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) —, vem não só de um ensino escolar deficiente ou pouco estimulante, mas também do medo que os próprios pais têm do assunto e o transmitem aos filhos.
Outra pesquisa recente também confirmou a dificuldade de aprendizado. Na quinta-feira passada, o movimento Todos pela Educação divulgou o resultado de um teste aplicado em seis mil alunos de todas as capitais do país: 57,2% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental não sabem resolver operações matemáticas básicas.
É justamente para tirar o temor dos pais que o livro de Garcia Neto e Oliveira quer deixar clara a presença da matemática no cotidiano. Por exemplo: “Quando foi a última vez que você usou a regra de três? E quando calculou uma porcentagem? Quando estimou o tempo que falta para suas férias, ou para sua aposentadoria?”
Dever de casa de pelomenos uma hora por dia
Um dos autores, Osmar Garcia Neto chama a atenção para a importância de o aluno ver o interesse do pai ou da mãe na matéria que ele leva para casa:
"O dever de casa precisa ser de pelo menos uma hora ao dia. É o momento em que faz diferença se o pai só olha se o filho fez o dever, sem querer saber se a criança entendeu ou não".
Mãe de João Victor Borges, de 8 anos, do 3 ano do fundamental, a psicóloga Denise Borges, moradora de Niterói, no Grande Rio, diz que a facilidade que o filho tem com matemática foi estimulada por ela, com brinquedos, desde que ele tinha 4.
Mais tarde, outra solução encontrada pela mãe do menino foi trazer a matemática para o cotidiano — incentivando, por exemplo, contas com dinheiro:
"Sempre gostamos de dar quebra-cabeças para ele, que já ia se acostumando com as formas geométricas. Com 4 anos, demos um jogo que era como se fosse um baralho, mas com números, para ele descobrir o resultado das contas. Também nessa época, começamos a mostrar para ele jogos como o Banco Imobiliário; então ele já passou a fazer contas brincando com notinhas de dinheiro de mentira".
João Batista Oliveira, que também é presidente do Instituto Alfa e Beto, organizador do seminário no Rio, destaca a relação do aprendizado com o currículo nos colégios: programas mais enxutos — mas menos superficiais em cada ponto ensinado — aumentam o desempenho dos alunos, sublinha.


"Os países com melhor desempenho em matemática nos anos iniciais ensinam pouco, mas com profundidade. Com um currículo gordo, como o nosso, você ensina muitos pontos mas de forma superficial, e sem terminá-los. Como o aprendizado da matemática é cumulativo, se isso ocorre nos anos iniciais, o problema vai piorando; por isso os resultados no ensino médio são piores. Lá na frente, a base faz falta", diz Oliveira. "Para o professor das séries iniciais, é mais importante conhecer a matéria que ele ensina em sala do que ter pós-graduação em matemática, por exemplo".
No Colégio Municipal Professor Paris, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, as aulas de matemática do ensino fundamental são complementadas por oficinas no contraturno das aulas, para marcar justamente conteúdos básicos como as quatro operações e fração.
"O dominó é o que eu mais gosto, dá para a gente jogar", diz Ana Beatriz dos Santos, de 10 anos, sobre um dominó de fração que é usado nas oficinas, com o qual os alunos aprendem a reconhecer as frações para poder juntar as peças do jogo.
Sentada à sua frente, Juliana Ferreira Barcelos Pereira, também de 10 anos e colega de turma de Ana Beatriz no 5 ano do fundamental na Professor Paris, conta por que gosta do ábaco, outra ferramenta utilizada nas oficinas.
"Gosto mais do que quando o exercício é no quadro, porque aí (com o ábaco) eu entendo a conta. Fazendo a conta assim a gente mesmo se explica", diz.


"Para os alunos saberem calcular área e volume, por exemplo, pedimos para medirem suas casas e fazerem a planta. Aí eles vão ver quanto precisariam de telha, tijolo...", diz a professora de matemática Joselina Soares Bastos, que na Professor Paris coordena o “Mais educação”. "A matemática tem de estar na vida deles".
Da Agência O Globo